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Economia Sexta-feira, 19 de Julho de 2019, 11:59 - A | A

Sexta-feira, 19 de Julho de 2019, 11h:59 - A | A

Negociação

Conglomerado Russo Acron vai comprar UFN3 por R$ 8,2 bilhões

A Acron é uma das principais produtoras russas e mundiais de fertilizantes minerais

Flavia Andrade
Capital News

Edemir Rodrigues/Portal do MS

Conglomerado Russo Acron vai comprar UFN3 por R$ 8,2 milhões

A Acron é uma das principais produtoras russas e mundiais de fertilizantes minerais

Parceria entre o Governo do Estado e o conglomerado russo Acron, já tem data prevista para a assinatura do contrato do conglomerado, para firmalizar a compra da Unidade de Fertilizantes Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3) da Petrobrás, localizada no município de Três Lagoas.

 

Representantes buscam acertar com Reinaldo Azambuja, os incentivos fiscais que isenta de impostos estaduais a aquisição da estrutura e dos maquinários para conclusão da obra. O negócio entre a estatal brasileira e a companhia da Rússia é de R$ 8,2 bilhões.

 

De acordo com o governador, “O conglomerado russo quer receber os mesmos incentivos fiscais concedidos à Petrobras. A comitiva russa esteve reunida com as equipes do governo durante todo o dia para apresentar o cronograma de como será a negociação, a retomada de investimentos, o volume de recursos aportado. Eles pediram o incentivo fiscal, porque o incentivo foi concedido à Petrobras. Então nós teríamos que fazer uma transferência desse incentivo à empresa compradora”, declara Azambuja.

 

A retomada da venda da fábrica iniciou em junho deste ano, após o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar a venda do controle acionário de subsidiárias de empresas públicas e sociedades de economia mista, sem que para isso seja preciso aval legislativo ou processo de licitação.

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Conforme o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, “Entre os incentivos fiscais que serão repassados à Acron estão isenção de alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na importação de equipamentos para a fábrica, e incentivo fiscal sobre a cobrança do mesmo imposto na venda da ureia para outros estados brasileiros. Da nossa parte já está muito claro: o que o governo quer é que Petrobras e Acron fechem o negócio”, pontua Verruck.

 

Para o Secretário de Fazenda, Felipe Mattos, “É importante destacar a criação de um novo mercado de insumos e a diversificação da matriz econômica. “Além do desenvolvimento regional que a retomada da fábrica de fertilizantes vai proporcionar com a geração de empregos, está sendo consolidada uma nova matriz econômica no Estado, com a venda de um insumo que hoje vem de fora do estado ou importado de outros países, para uma das principais atividades econômicas do Mato Grosso do Sul que é o agronegócio ”, afirma Mattos.

 

O Governo do Estado estima que o complexo vai gerar cerca de mil empregos diretos e aproximadamente 10 mil postos de trabalho indiretos, considerando que, a planta de fertilizantes nitrogenados tem capacidade de produção de 70 mil toneladas/ano de amônia e 1.223 mil toneladas/ano de ureia granulada. O complexo é composto por unidade de geração de hidrogênio, unidade de produção de amônia, unidade de produção de areia, de granulação, utilidades, áreas de estocagem e expedição. 

 

O investimento será de U$ 1 bilhão pelo conglomerado russo Acron Group, na aquisição da UFN-3 em Três Lagoas. A data está prevista para agosto deste ano, da assinatura do contrato, o qual irá sacramentar a transferência integral da unidade para a empresa russa. Com isso, a construção da fábrica recomeçaria no primeiro semestre de 2020, e as operações estão programadas para ter início até 2024.

 

A Acron é uma das principais produtoras russas e mundiais de fertilizantes minerais, com um portfólio diversificado de produtos composto por fertilizantes com múltiplos nutrientes, como NPK e misturas a granel, bem como produtos diretos à base de nitrogênio, como uréia, nitrato de amônio e UAN. O Grupo também produz produtos de síntese orgânica, incluindo metanol, formaldeído e UFR, e produtos de síntese inorgânicos, como nitrato de amônia de baixa densidade, dióxido de carbono e carbonato de cálcio.

 

O NPK utiliza uma mistura de três nutrientes primários, nitrogênio, fósforo e potássio – foi responsável por aproximadamente 50% das vendas de fertilizantes da empresa em 2007 em volume. O grupo é o terceiro maior produtor de fertilizantes com foco em nitrogênio na Rússia e o quarto maior da Europa. Além disso, a Companhia produz aproximadamente 1% da produção total de fertilizantes de nitrogênio e fosfato no mundo e 13% dessa produção na Rússia.

 

O Acron Group opera em seis países. Em 2017, vendeu seus produtos para 65 países. Os principais mercados de vendas do Grupo são Rússia, Brasil, Europa e Estados Unidos. A empresa é membro da Associação Internacional da Indústria de Fertilizantes, reunindo mais de 450 produtores de 80 países.

 

Estiveram presentes nas reuniões Igor Kuznets, Alex Dynkin, Ilya Popov, Alex Banchenko e Evgenia Teterina, da Acron. Carlos Eduardo Ramos de Cerqueira, Cristiano Gadella Vidal Campelo, Mario Lúcio Lobato, Marcia Springer e Gustavo Ferreira da Petrobras, além dos representantes do escritório Pinheiro Neto Advogados, Felipe Bernadelli e Raphael Paciello.

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(Matéria editada dia  19-07-2019 às 20h32 para correção de informações) 

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