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Economia Sexta-feira, 16 de Junho de 2017, 17:58 - A | A

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MERCADO FINANCEIRO

Eldorado recebe oferta de R$ 11 bilhões e pode ser vendida

Grupo chileno fez proposta ao grupo J&F que não deve resistir à proposta com dívidas da empresa inclusas

Gian Nascimento
De Três Lagoas para Capital News

Bruno Chaves/Arquivo Capital News

Eldorado Brasil, fábricas de celulose, produção de eucaliptos

Grupo chileno tem a intenção de comprar Eldorado, que não deveresistir à oferta

A Eldorado Brasil, empresa de celulose comandada pelo grupo J&F, que tem como líder Joesley Batista, pode ser vendida nos próximos dias por R$ 11 bilhões. A oferta foi feita pela Arauco, unidade do grupo chileno Copec, que deseja há alguns anos instalar uma indústria de celulose em Três Lagoas, onde está a sede da Eldorado.

 

Conforme informação do site Valor Econômico, a oferta foi feita ao grupo de Joesley Batista, tendo como principal assessor o banco Santander. O valor de R$ 11 bilhões já inclui os R$ 8 bilhões em dívidas que a Eldorado possui. A expectativa dos especialistas no mercado é que a venda seja concluída nos próximos dias, já que a J&F não deve se opor à oferta. 

 

A venda da Eldorado é cogitada há alguns anos, porém, após a delação de Joesley Batista em março, a possibilidade de negociação da empresa para focar atenções à principal indústria da J&F, o JBS, se tornou quase que inevitável. Com a assinatura do acordo de leniência no início do mês, Joesley concordou em pagar R$ 10,3 bilhões pelas ilegalidades cometidas e a indústria de celulose passou a ser um dos alvos de venda para quitar o valor.

 

Os grupos brasileiros da Suzano e daFibria chegaram a também demonstrar interesse na compra da fábrica, porém desistiram, receosas com os riscos do acordo de leniência da J&F com o Ministério Público Federal (MPF) e recuaram nas negociações. Ambas estariam em busca de preços mais baixos para não afetar seus balanços e retorno aos acionistas.

 

De acordo com o site, a Suzano já teria desistido do negócio, enquanto a Fibria, que afirmou não conduzir nenhuma negociação pela compra da Eldorado, pode não dar sequência ao investimento, sem ainda se posicionar oficialmente.

 

Produção e lucro aumentam

Apesar de ser o epicentro do furacão que se tornou as negociações da J&F nos últimos meses, a Eldorado conseguiu retornos de produção e financeiros positivos nos primeiros meses de 2017. A indústria divulgou o balanço do volume de produção que cresceu 12% em relação ao mesmo período do ano passado, com um lucro de R$ 178 milhões nos três primeiros meses do ano.

 

De acordo com a empresa, o volume de produção de celulose da Eldorado foi de 730 mil toneladas, volume 12% maior do que no mesmo período em 2016.Outro setor que registrou aumento foi o de energia gerada, onde o volume, de janeiro a maio de 2017, foi de 572 mil MW, 4% superior a igual período do ano anterior. As vendas de energia para o sistema elétrico nacional totalizaram o volume de 96 mil MW, resultado 46% superior aos cinco primeiros meses de 2016.

 

Os números estabelecem um recorde na geração de energia elétrica, produzida por biomassa proveniente do processo produtivo, de 122 mil MW e de venda para o sistema elétrico nacional de 21 mil MW no mês, com média de 28,6 MWh.

 

“A alta performance das operações e a gestão com foco na competitividade são os diferenciais que colocam a Eldorado em posição de destaque no mercado global de celulose”, afirma o presidente da Eldorado Brasil, José Carlos Grubisich.

 

A empresa alcançou um novo patamar para a indústria global, com a produção de 156.384 toneladas de celulose em maio e uma média diária de 5.045 toneladas de celulose.

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