Ricardo Ojeda/Perfil News
Pecuarista é sócio da Eucalipto Brasil e acusado de participar de desvios que chegam a R$ 8 bi
O empresário Mário Celso Lopes, preso nesta quarta-feira (8) durante a segunda fase da Operação Greenfield ficou pouco mais de dez horas preso e acabou liberado pela Polícia Federal no fim da tarde após prestar depoimento. O pecuarista foi detido em Andradina/SP, por volta das 6h, e passou o dia na sede da PF em Três Lagoas.
Durante o período em que ficou preso, Mário Lopes foi interrogado pelo delegado Alan Wagner Nascimento Givigi e pelo juiz Gustavo Gaio Murad, na sede da Polícia Federal de Três Lagoas, e logo depois participou de uma audiência de custódia no prédio da Justiça Federal que durou aproximadamente 20 minutos.
A determinação para a soltura do empresário foi feita pelo juiz Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara da Justiça do Distrito Federal. De acordo com a Polícia Federal, o pecuarista cumpriu todas as determinações impostas pela Justiça e seguirá respondendo processo pelo caso.
Mário Celso Lopes é acusado de participar de desvios de R$ 8 bilhões nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis.Sócio da empresa Eucalipto Brasil, que tem sede em Andradina/SP, o pecuarista é, segundo os investigadores, antigo parceiro de negócios da holding J&F.
A operação tem como objetivo apurar esquemas de cooptação de testemunhas, que podem auxiliar nas investigações ao revelar provas sobre os crimes analisados pela Operação. De acordo com a Polícia Federal, um contrato de R$ 190 milhões entre a empresa de celulose Eldorado Brasil, com sede em Três Lagoas, e a Eucalipto Brasil teria sido feito para mascarar um empresário concorrente, podendo inclusive o contrato ter sido feito para recompensar o silêncio nas investigações da Polícia Federal.
Além deste, outros seis mandados foram determinados pelo juiz Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, e estão sendo cumpridos nesta fase da Operação realizada em conjunto entre a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Operação
Deflagrada em setembro de 2016, a primeira etapa da Operação, teve comofocos o Fundo de Pensão de Funcionários da Caixa (Funcef), a Petros (Petrobras), a Previ (Banco do Brasil) e o Postalis (Correios). Nesta primeira fase foram cumpridos 106 mandados de busca e apreensão, 34 mandados de condução coercitiva e 7 mandados de prisão temporária.
As investigações foram motivadas após a revelação da causa de déficits bilionários de fundos do tipo, onde a Polícia Federal revelou, na época, que oito em dez casos são relacionados a investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs).
Foram presos nesta primeira fase o ex-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser, o diretor da Funcef Maurício Marcellini Pereira, os ex-diretores da Funcef, Carlos Augusto Borges, Demósthenes Marques e o ex-diretor da Petros Humberto Pires Grault Viana de Lima. Empresas como Santander, Bradesco Asset Management, Deloitte, Ecovix, Engevix, Envepar, OAS e Sete Brasil foram alvo de buscas, além da vice-presidência de Gestão e Ativos da Caixa, que também passou por investigação.
Também foram expedidos mandados de condução coercitiva para ouvir o dono da Gradiente, Eugênio Staub, ex-presidente da Petros Carlos Fernando Costa, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa, e o empresário Cristiano Kok, presidente do conselho de administração da empreiteira Engevix.
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