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Rural Quinta-feira, 20 de Setembro de 2018, 15:34 - A | A

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ALERTA

Brasil reforça vigilância para barrar a peste suína africana

Contaminação pode ocorrer com a entrada de alimentos originários de países onde a doença vem se alastrando

Flávio Veras
Capital News

Divulgação

suínos

 Brasil não tem registro da doença desde 1984

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai intensificar a vigilância nos aeroportos, portos e fronteiras do Brasil para evitar o ingresso da peste suína africana (PSA), que se alastra pelo Leste da Europa, Ásia, África e Rússia. No Japão, em agosto, foram registrados focos da forma clássica da doença.

 

De acordo com o órgão, na última terça-feira (18), o ministro Blairo Maggi reuniu integrantes do Departamento de Saúde Animal (DSA) e determinou reforço na fiscalização feita pelos servidores do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários (Dfip) para evitar a entrada do vírus no Brasil.

 

“A preocupação é de que alimentos e bagagens contaminadas, provenientes das áreas afetadas pela PSA, ingressem no país sem a devida fiscalização. A determinação é de que alimentos vindos dos países onde foram detectados focos da doença sejam descartados de forma correta, ou seja, incinerados”, informou por meio de nota à imprensa.

 

Ainda segundo o Mapa, Maggi alertou em vídeo a população para que evite transportar alimentos provenientes dessas regiões e pediu a produtores atenção redobrada a seus plantéis. Para o ministro, é preciso esforço conjunto do governo e da sociedade para evitar que o Brasil seja afetado por esse problema que vem acontecendo em várias partes do mundo.

 

Ao DIPOA foi enviado um ofício recomendando maior atenção a futuras emissões de autorização de importação de produtos que possam disseminar o vírus da doença, como rações para animais.

 

PSA

No Brasil, a PSA foi erradicada em 5 de dezembro de 1984 e o país foi declarado área livre da doença. Em relação aos animais vivos e material genético importados, é mantido o sistema de quarentena na Estação Quarentenária de Cananéia (EQC), em São Paulo, de onde só são liberados após a confirmação de sua sanidade.

 

A peste suína africana é uma doença viral, não oferece risco à saúde humana, não sendo transmitida ao homem, mas pode dizimar plantéis de suínos, sendo altamente infecciosa, o que exige o sacrifício dos animais, conforme determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Os javalis também são atingidos. Não existe vacina para a PSA. O vírus é resistente, permanecendo nas fezes dos animais por até três meses e, em alimentos (produtos maturados), até nove meses.

 

Os sinais clínicos da PSA nos animais são febre alta (40 a 42 graus), hemorragia no nariz, orelhas, patas e abdômen, sangramento no reto, perda de apetite e depressão, além de problemas respiratórios. O período de incubação do vírus vai de cinco a 21 dias.

 

 

A transmissão nos suínos e javalis se dá por meio do contato direto com animais doentes, consumo de resíduos domésticos e comerciais infectados, pela contaminação em equipamentos, veículos, roupas e sapatos. O carrapato G. Ornithodoros também participa da disseminação da PSA.

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