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Os moradores compareceram em massa, lotaram o Plenário e até mesmo o prédio anexo, Salão de Eventos
Moradores do Cinturão Verde, autoridades locais e interessados na causa, estiveram presentes na Câmara de Três Lagoas, onde sediou um amplo debate sobre a região do Cinturão Verde.
A propositura foi feita pelo presidente da Câmara, vereador André Bittencourt, com aprovação do Plenário, foi realizada uma Audiência Pública com o tema: Cinturão Verde: futuro, perspectivas, problemas e possibilidades.
Os moradores compareceram em massa, lotaram o Plenário e até mesmo o prédio anexo, Salão de Eventos. Na oportunidade, compuseram a Mesa de Autoridades, o representante da Prefeitura, Fábio Gimenes Cervis, o vereador André Bittencourt, o professor doutor, da UFMS, Mauro Henrique Soares da Silva, a atleta paralimpica, Silvania Costa de Oliveira, a representante da Secretaria Municipal de Saúde, ndrea Nakamura Soares da Silva e o comandante do 2º BPM, Ênio de Souza Soares.
A Audiência foi conduzida com ampla divulgação sobre a região do Cinturão Verde, tendo como foco principal uma grande união, para resolver a questão da judicialização da área, que hoje conta com 600 famílias residindo no local (em 200 lotes). Houve ainda um momento cultural, que antecedeu o início da Audiência, quando ocorreram apresentações da Orquestra de Violeiros e Banda Spartan.
Discursos
Primeiro a falar, foi o major Ênio afirmou que o tema é importante, pois trata-se de uma área, com baixo índice de ocorrências, mas que têm alguns aspectos que preocupam a Polícia Militar, como: ser próximo à divisa do Estado, sem um Posto Policial ou se quer efetivo para colocar, sendo Três Lagoas, um corredor por onde passa drogas, armas e ainda há registro de marginais vindo de SP, para a cidade, que se escondem em regiões como Vila Piloto e até mesmo no Cinturão Verde. Ele citou ainda animais soltos (há 8 apreendidos) e o próprio aspecto social, como a própria falta de moradia, em caso de desocupação da área, que poderá ter reflexos na segurança pública, do Município.
O presidente da Câmara, André Bittencourt, fez questão de agradecer a participação maciça dos moradores dos lotes e afirmou que os vereadores se posicionam sempre ao lado da população. “Estamos iniciando um debate e com a força de vocês podemos criar um Fórum de Debates Permanente sobre o Cinturão Verde e não se encerra, nesta Audiência Pública”, ressaltou Bittencourt.
Representante da comunidade científica da UFMS, o professor, doutor, Mauro Henrique Soares da Silva, também apresentou dados. No caso, de um projeto de extensão da UFMS - no qual ele foi professor de apoio - e foi feito um Cadastramento Sócio- econômico, das famílias do Cinturão Verde, além de um levantamento cartográfico, da área.
Mauro, espontaneamente, procurou a presidência da Casa de Leis, pedindo para fazer tal explanação, acreditando que os resultados poderiam contribuir muito com a Audiência Pública, algo ressalto pelo presidente da Câmara.
Entre os principais resultados do projeto e citou informações como: produção de mais de 50 espécies de frutas, transformando o Cinturão, numa unidade produtiva (com grande potencial e dinamismo produtivo, que pode vir a sanar problemas de alimentos do Município), criação de animais de pequeno porte e grande potencial comercial, por meio do cultivo de ervas medicinais.
“O Cinturão é a única unidade produtiva, da região, que produz feijão. A maioria das famílias planta, produz para o próprio consumo, mas há excedentes, para comercialização”, enfatizou o professor.
O acesso à saúde pelos moradores também foi interesse da pesquisa.
Questionamentos
Ao final, o público pode apresentar perguntas e até mesmo informações sobre os lotes. Os principais temas foram: insegurança jurídica, indenização, sérios problemas em atendimento de saúde, saneamento básico (empresas parem de jogar resíduos no Cinturão).
“É muito fácil julgar nós, como pessoas que não trabalham uma favela. Há pessoas se formando na faculdade. Vamos olhar para as famílias com carinho, porque lá é um local de pessoas que trabalham”, disse o morador Daniel Silva Barros.
Criada no Cinturão, a atleta Silvania também fez questão de dar um depoimento sobre a região. “Hoje venho dizer que eu sou fruto, daquele lugar, minha infância foi ali. São pessoas que carregam o trabalho, a consciência, trazem alimentação, para a sociedade. Fiquei muito feliz que a Casa de Leis abriu as portas para discutir esta situação”, afirmou.
Ao encerrar a Audiência, o vereador André Bittencourt informou que todas perguntas ficaram registradas e, posteriormente, serão encaminhadas, via ofício para Prefeitura, Ministério Público.
“Nós conseguimos chegar a uma visão do que é Cinturão Verde, que demonstrou até uma questão cultural e isso tem que ser respeitado, o porquê foi criado e o que foi feito para que o Cinturão Verde permanecesse”, frisou.