Questões ligadas à segurança e urbanização do Terminal Rodoviário de Três Lagoas foram tema de audiência pública realizada nesta segunda-feira (18), na Câmara de Vereadores. O encontro reuniu representantes do Caps, Centro Pop de acolhimento, taxistas que ficam no ponto da rodoviária, o psicólogo do Ministério Público, Sidney Ferreira, o diretor da proteção social, da Assistência Social, Luis Fernando Tondelli, o major PM, Ênio e ainda do Centro Espírita A Candeia. A situação do moradores de rua que se abrigam no local também foi debatida na Casa de Leis.
Na oportunidade, cada participante fez esclarecimentos sobre as respectivas áreas de atuação e houve uma breve discussão sobre as possiblidades para resolver a questão, primando, sobretudo, pela união de forças. A questão dos usuários foi abordada por meio do trabalho desenvolvido pelo CAPS. A coordenadora Tânia Double informou que o auxílio, a ajuda ela é destinada aqueles que moram no município, devido a tipificação, do Centro. “O Caps funciona muito bem, desde que a família esteja envolvida. Outra coisa, o usuário tem que querer tratamento e a família tem que estar junto”, acrescentou o psicólogo Sidney.
Ele ainda afirmou que é preciso elaborar uma estratégia, uma união de forças, para se achar uma solução plausível, oferecendo tratamento e intervenção para quem precisa. O diretor Luis Fernando ponderou que a divulgação de uma grande demanda de empregos e oportunidades em Três Lagoas, é o que tem atraído muitos pessoas de fora e muitas não conseguem se manter no mercado de trabalho. “Hoje temos 38 pessoas, em situações rua, muitas delas chegam com a expectativa para sair da situação de pobreza. Há ainda que não conseguem se estabilizar no mercado”, citou o diretor.
Ele informou ainda que no Acolhimento Pop, os moradores de rua atendidos, geralmente, ficam somente um período e depois retornam para a rua. “Na rua, longe da família, sem oportunidade de trabalho ou retornar ao trabalho, acaba usando as drogas, como uma válvula de escape”.
A coordenadora do Centro Pop, Solange Seixas, explicou que há um trabalho de abordagem noturna, que ocorre das 22h até ás 2h, da manhã, oferecendo o serviço, mas no dia seguinte retornam para a rua. “Há pessoas que ficam na rua, mas não moram. O fato das pessoas de ajuda em dinheiro também contribui para manter essas pessoas nas ruas”, frisou. Para ela também, a união de forças, parceria com Caps, para trabalhar em rede é a solução.
A vereadora Marisa Rocha falou que enquanto integrante da Comissão de Saúde (assim como as vereadoras Sirlene dos Santos Pereira e Izabel Cristina), juntamente, com o Conselho Municipal de Saúde, estão buscando uma reunião no Ministério da Saúde, para ver a questão das internações, uma vez, que a unidade de Paranaíba, só trata por 30 dias, quando o recomendado seria 90. Ela citou ainda um abaixo-assinado reivindicando solução para o uso da praça, em frente à rodoviária, utilizadas como banheiro.
Neste sentido, a coordenadora do Caps Ad frisou que de fato a internação/clínicas é um dos gargalos, na área da Assistência Social. Os taxistas presentes a reunião afirmaram que precisam de segurança no local, citaram fatos como o uso de um telefone público, para disk droga, bem como, a movimentação dos andarilhos, quando os ônibus chegam, quando eles promovem pequenos frutos e pedem dinheiro.
O vereador Davis Martinelli se lembrou da eficiência de uma força tarefa, na época que ainda era Conselheiro Tutelar, que resolveu o problema de usuários e marginais na Lagoa e Praça Ramez Tebet, quando houve uma fiscalização da Polícia Militar, em parceria com a Rede de Proteção.
Ele ainda aproveitou a presença do secretário-geral da Prefeitura, José Pereira, para pedir a implantação da guarda municipal no município.
O secretário pediu que todas as sugestões do grupo sejam elencadas e, as que couberem a Prefeitura, serão analisadas. Quanto a guarda municipal, ele adiantou que se trata de um processo burocrático e com grande custo de manutenção.
No que se refere a Policia Militar, o major PM Ênio apresentou dados referentes a atuação do 2º BPM e explicou as estratégias que têm que ser feitos para atender todas as demandas da cidade, com um efetivo pequeno. “Três Lagoas cresceu muito, mas a força policial continua a mesma” frisou.
Ele informou que já há uma viatura para atender a área central e que foram intensificadas as rondas. A sugestão dele seria cercar a praça e disponibilizar agentes de trânsito, por exemplo, para atuar no local, que poderia resolver a situação. Diante das explicações e sugestões, o vereador Davis propôs a criação de uma Comissão, formada por até cinco membros, para se definir um Plano de Ação, para resolver o problema. De acordo com o parlamentar, ainda esta semana, serão definidos os nomes dos integrantes.