A falta de chuvas pode comprometer a existência do principal cartão postal de Três Lagoas: a Lagoa Maior. Essa é a conclusão que pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) chegaram após um comparativo da profundidade da lagoa nos últimos dez anos, que concluiu um risco de desaparecimento entre 10 e 15 anos.
Divulgação/Prefeitura de Três Lagoas

Lagoa Maior é o principal cartão postal da cidade, porém corre risco de desaparecer na próxima década
Na primeira amostra realizado, em 2004, a profundidade da lagoa atingia até 3,60 metros, reduzindo, dez anos depois, para 1,80 metros. Reflexo desta diminuição, as caixas de contenção construídas no entorno da lagoa estão semivazias e o recuo da margem chega até três metros em alguns pontos.
O autor da pesquisa, Dr. André Luiz Pinto, coordenador do Laboratório de Análise Ambiental e professor da instituição, cita a falta de chuva, somada à construção de prédios e pavimentação das ruas no entorno da lagoa como possíveis fatores que vêm colocando em risco o cartão postal.
“Todos os sedimentos e o lixo urbano vão para a lagoa. E o volume de sedimentos que entra é maior do que o que sai. Se continuar assim, dentro de 10 a 15 anos haverá uma redução muito grande no volume de água”, conta Pinto que também aponta a população como uma das culpadas, por despejar lixo no entorno do local.
O risco, porém, não é novo. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, no início dos anos 1990 houve o mesmo alerta, que exigiu da Prefeitura uma escavação e limpeza da lagoa. A pasta cita a construção das caixas de contenção para evitar o assoreamento, destacando que o excesso de areia é retirado quando o nível fica elevado.