Marco Campos/ Capital News
O menino estava trancado em um quarto sem se alimentar desde a hora do almoço
Após receber uma denúncia anônima no final da tarde desta segunda-feira (27) em que uma criança estaria trancada em um apartamento do condomínio “Tucano”, bloco Q do Residencial Novo Oeste, a Polícia Militar de Três Lagoas ao verificar a informação constatou que o garoto estava trancado no quarto do imóvel. Ao chamar o menino, verificou-se que a criança chorava muito e estava desesperada para deixar o cômodo.
Sem alternativas para entrar no apartamento, os policiais agiram rápido e pularam a janela da cozinha para ter acesso ao interior da casa e então, libertar o menino que estava trancado. No momento em que a polícia retirava o garoto pela janela da cozinha, surgiu no local uma vizinha dizendo que a mãe identificada como “Ariane” teria deixado as chaves com ela. A porta foi aberta para a retirada do menino do interior do apartamento. Neste instante, o Conselho Tutelar foi chamado para registrar o caso.
A CRIANÇA
Em suas declarações, o menino de 06 anos revelou a polícia que teria ido à escola pela manhã e após descer do ônibus sozinho, teria sido trancado pela mãe no quarto para que ela seguisse para o trabalho que exerce como diarista. A criança estava muito assustada e segundo a polícia, correu sérios riscos de sofrer um acidente ao cair do 1º andar, devido a janela do quarto ter ficado aberta.
Nenhum tipo de alimentação também foi encontrado no quarto e acredita-se que o menino ficou sem se alimentar desde a hora do almoço, quando a mãe deixou a residência.
VERSÃO DA MÃE
A mãe do garoto identificada como Ariane Amorim Vitor, 30 anos, chegou a casa com uma criança de colo e em suas declarações a polícia e aos conselheiros, disse que estava no trabalho e que uma cuidadora que ficava com seu filho, não poderia ficar mais com ele e que ela também não encontrava vagas nas creches da rede municipal.
PROCEDIMENTOS
A Polícia Militar registrou o caso como abandono de incapaz e encaminhou as partes até a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC). Segundo a conselheira que atendeu o caso, se necessário for, o ocorrido será levado ao conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE).