Divulgação

Pecuarista é sócio da Eucalipto Brasil e acusado de participar de desvios que chegam a R$ 8 bilhões
O empresário Mário Celso Lopes, detido na manhã desta quarta-feira (8) na sua casa em Andradina/SP, está preso na sede da Polícia Federal de Três Lagoas. Ele foi alvo da segunda fase da Operação Greefield, que acontece nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Acusado de participar de desvios de R$ 8 bilhões nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis, Lopes prestou depoimento no início da tarde ao delegado Alan Wagner Nascimento Givigi e poderá ficar na cidade por até cinco dias, no entanto, há a possibilidade dele ser transferido ainda nesta quarta para Brasília.
Sócio da empresa Eucalipto Brasil, que tem sede em Andradina/SP, o pecuarista é, segundo os investigadores, antigo parceiro de negócios da holding J&F. Além deste, outros seis mandados foram determinados pelo juiz Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, e estão sendo cumpridos nesta fase da Operação.
A operação tem como objetivo apurar esquemas de cooptação de testemunhas, que podem auxiliar nas investigações ao revelar provas sobre os crimes analisados pela Operação. De acordo com a Polícia Federal, um contrato de R$ 190 milhões entre a empresa de celulose Eldorado Brasil, com sede em Três Lagoas, e a Eucalipto Brasil teria sido feito para mascarar um empresário concorrente, podendo inclusive o contrato ter sido feito para recompensar o silêncio nas investigações da Polícia Federal.
Participam das etapas da Operação Greenfield, além da Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Operação
Deflagrada em setembro de 2016, a primeira etapa da Operação, teve como focos o Fundo de Pensão de Funcionários da Caixa (Funcef), a Petros (Petrobras), a Previ (Banco do Brasil) e o Postalis (Correios). Nesta primeira fase foram cumpridos 106 mandados de busca e apreensão, 34 mandados de condução coercitiva e 7 mandados de prisão temporária.
As investigações foram motivadas após a revelação da causa de déficits bilionários de fundos do tipo, onde a Polícia Federal revelou, na época, que oito em dez casos são relacionados a investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs).
Foram presos nesta primeira fase o ex-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser, o diretor da Funcef Maurício Marcellini Pereira, os ex-diretores da Funcef, Carlos Augusto Borges, Demósthenes Marques e o ex-diretor da Petros Humberto Pires Grault Viana de Lima. Empresas como Santander, Bradesco Asset Management, Deloitte, Ecovix, Engevix, Envepar, OAS eSete Brasil foram alvo de buscas, além da vice-presidência de Gestão e Ativos da Caixa, que também passou por investigação.
Também foram expedidos mandados de condução coercitiva para ouvir o dono da Gradiente, Eugênio Staub, ex-presidente da Petros Carlos Fernando Costa, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa, e o empresário Cristiano Kok, presidente do conselho de administração da empreiteira Engevix.