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Sexta-feira, 07 de Janeiro de 2022, 18h:17 - A | A

Estiagem

Estiagem: Avicultores contrataram caminhões pipa suprir falta de água

Momento mais crítico foi no final de novembro, afirma avicultor de Sidrolândia

Elaine Silva
Capital News

Edemir Rodrigues/Portal MS

Estiagem: Avicultores contrataram caminhões pipa suprir falta de água

Avicultura

Devido a estiagem em Mato Grosso do Sul, avicultores tiveram que contratar caminhões pipas, por conta da falta de água. “Na produção avícola nós temos uma necessidade muito grande de ter água, não só para dar para os animais beberem, mas também para regular o ambiente dentro dos barracões. Em função da estiagem diminuiu demais a vazão de águas nos poços, por isso tivemos que furar poços semi-artesianos a toque de caixa, para poder evitar uma mortalidade das aves”, descreveu o avicultor Adroaldo Hoffmann, que administra duas granjas da família em Campo Grande. 

Edemir Rodrigues/Portal MS

Estiagem: Avicultores contrataram caminhões pipa suprir falta de água

Adroaldo Hoffmann

 

Período de estiagem foi muito preocupante para sua produção, já que os poços artesianos da propriedade não tiveram água suficiente para demanda, tendo que abrir novos poços e até recorrer a contratação de caminhões pipa. Conforme o avicultor, ele gastou R$ 50 mil não previstos para um novo poço semi artesiano de 110 metros de profundidade, mas que até ficar pronto, precisou pagar duas diárias de caminhões pipa em dezembro, com custo de R$ 1 mil por dia. “Foi uma alternativa emergencial, mas que é inviável para as granjas. O maior prejuízo é o medo de produzir e não dar a devida qualidade para produção. Tomamos todos os cuidados, mas precisamos de água”.

 

As duas granjas possuem juntas por volta de 250 mil aves, que são vendidas aos frigoríficos de Sidrolândia, para depois seguirem por exportação para Europa. 

Edemir Rodrigues/Portal MS

Estiagem: Avicultores contrataram caminhões pipa suprir falta de água

Antônio Marcatto

 

De acordo com o Governo do Estado, com 10 granjas na região de Sidrolândia, e uma produção de 220 mil aves, o produtor Antônio Marcatto, de 68 anos, relatou que o momento mais crítico da estiagem foi no final de novembro, quando os poços começaram a baixar o nível e começou a faltar água para atender a demanda. “A situação foi assustadora, não faltou água para os animais beberem, mas tivemos que regular o uso nebulização e sistema de resfriamento das placas evaporativas. Para as granjas a água é o nosso bem maior, se faltar cai o rendimento da produção”.

Edemir Rodrigues/Portal MS

Estiagem: Avicultores contrataram caminhões pipa suprir falta de água

Avicultura

 

O avicultor relatou que em uma das granjas da família, teve que desalojar e transferir as aves devido a estiagem, tendo que contratar caminhões pipa. “Tivemos dificuldades para lavação e desinfecção da granja, pois o nosso poço (artesiano) reduziu em 75% a sua produção, caiu de 10 mil litros por hora, para 2,5 mil litros. Tivemos inclusive que abrir outro poço para garantir a demanda”.

 

Situação emergencial 

Após reunir-se com as diretorias da Famasul e Aprosoja, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), decretou situação de emergência nas 79 cidades do Estado, em função da seca e estiagem. A situação de emergência pelo prazo de 180 dias autoriza a Administração Direta e as entidades (indiretas) do Poder Executivo a destinar recursos humanos, financeiros e materiais, assim como veículos e equipamentos para auxílios em abastecimento de água para consumo humano e aos animais.

 

Conforme o Governo do Estado, o decreto ainda autoriza a mobilização de todos os órgãos estaduais para atuarem sob a coordenação da Defesa Civil, nas ações para conter este cenário de seca. Também se concede aval para convocar voluntários para reforçar as ações de resposta aos desastres, assim como promover campanhas de arrecadação de recursos.

 

Neste período ficam dispensados de licitações os contratos para aquisição de bens necessários para realizar tais atividades em resposta a este cenário, assim como prestação de serviços e de obras relacionadas a esta situação, no prazo máximo de 180 dias. 

 

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