Campo Grande Sexta-feira, 17 de Maio de 2024



Rural Quarta-feira, 09 de Julho de 2008, 08:52 - A | A

Quarta-feira, 09 de Julho de 2008, 08h:52 - A | A

Remuneração alta estimula o plantio de feijão no País

Ra Redação

Os dados da última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2007/08 de grãos mostram que mesmo com a queda de 20% na produção da primeira safra do feijão, o volume total do grão deverá ser de 3,4 milhões de toneladas, 2,3% superior ao do ano passado em virtude da recuperação dos preços nos últimos meses. A instituição aponta os problemas climáticos entre agosto e setembro e os preços baixos no período como os principais fatores para a redução da área plantada. O recuo foi de 4,2%, passando de 4 milhões de hectares em 2007 para 3,91 milhões de hectares neste ano.

No total, são esperados 142,4 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,1% ou 10,6 milhões de toneladas em relação à safra anterior. A soja e o milho são os principais responsáveis pelo aumento da produção, responsável por 71% da produção total em razão das boas condições climáticas e da alta tecnologia empregada.

Eledon Oliveira, gerente de levantamento de safra da Conab, explica que o feijão conseguiu recuperar parte das perdas na segunda safra por causa da elevação dos preços. "Na primeira não estavam tão baixos. Mas a estiagem e o frio acabaram atrapalhando e elevaram as cotações, estimulando o plantio na segunda safra", analisou. Ele acredita em uma tendência de queda nos próximos meses por causa da boa remuneração que a cultura está proporcionando, o que naturalmente causa proporciona um aumento na próxima safra.

A primeira safra é considerada por analistas a mais importante porque é composta pelo tipo carioca e preto, os mais consumidos na região sudeste, e responde por cerca de 45% da produção nacional. Neste ano, segundo a Conab, foram colhidos 1,26 milhão de toneladas. De acordo com a Safras & Mercado, em agosto, a saca (60 quilos) do tipo carioca no mercado atacadista era cotada a R$ 97,53.

"Os problemas com o clima durante o plantio postergaram a primeira colheita até março e fizeram com que as cotações disparassem", analisa Rafael Poerschke, analista da Safras & Mercados. Ele acrescenta que a redução da área também foi motivada pela concorrência com as outras culturas, que proporcionavam maior rentabilidade à época.

Em janeiro, segundo o analista, o preço médio da saca do tipo carioca foi de R$ 242,69. O pico ocorreu entre os dias 23 e 24, quando a saca chegou a ser negociada por R$ 297,50. "Dezembro passou praticamente sem nenhuma oferta no mercado. Com isso, os preços dispararam", avalia Poerschke.

Mesmo com o início da segunda e terceira safras, que se misturam entre maio e junho, a cotação média da saca do tipo carioca está em R$ 161,62. "A forte especulação de que o Paraná sofreria com geadas manteve a alta", analisou. O analista é um pouco mais conservador e acredita que os preços não cairão muito na próxima safra. "Os preços mínimos ficaram abaixo dos R$ 90,00 esperados pelos produtores. Isso pode provocar uma migração para outras culturas e uma nova redução de área no próximo ano". (Fonte: Gazeta Mercanti)
.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS