Sábado, 18 de Maio de 2024


Três Lagoas Quinta-feira, 05 de Fevereiro de 2015, 11:03 - A | A

Quinta-feira, 05 de Fevereiro de 2015, 11h:03 - A | A

Governo e Petrobrás discutem sobre Fábrica de Fertilizantes. Cidade é a 2ª em demissões no país

Kemila Pellin - Capital News

O impasse envolvendo a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados em Três Lagoas pode estar perto de ser solucionado.

Na tarde desta quarta-feira (04) o governador Reinaldo Azambuja se reuniu com diretores da Petrobrás, no Rio de Janeiro (RJ) para discutir possíveis soluções para o pagamento da dívida deixada pelo Consórcio UFN3, que já chega a 36 milhões, assim como a retomada das obras da fábrica, que estão paradas desde o final de agosto de 2014.

Na reunião, segundo informações da assessoria do governo, a Petrobrás deu garantias de que irá retomar o canteiro de obras no Estado, com reforço dos diretores José Alcides Santoro Martins (Negócio de Gás e Energia) e José Antônio de Figueiredo (Engenharia, Tecnologia e Materiais), que também firmaram o compromisso de continuar o empreendimento depois de adequar as novas contratações de operadores e fornecedores de mão de obra que irão trabalhar no local.

Conforme o governador, a Petrobrás afirmou que irão contratar várias empresas de pequeno e médio porte para terminar as obras, e que até o mês de março, a empresa deve se organizar para começar as contratações.

Sobre o pagamento das dívidas, Reinaldo disse que um pacto para quitar a dívida remanescente da unidade com os fornecedores de Três Lagoas e região, que prestaram serviços para a empreiteira, será encaminhado entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Três Lagoas e a Associação Comercial do Município.

“A Petrobras pediu para que achássemos um meio de pagamento desse passivo. Eu acho que isso é possível. Semana que vem vamos ter uma reunião para ver como fazer esse encaminhamento e como fazer esse acordo para o pagamento dos débitos, que somam quase R$ 36 milhões com vários fornecedores”, disse.

Azambuja também aproveitou a reunião para solicitar ao diretor de Negócio de Gás e Energia, José Alcides Santoro, que estudasse uma possibilidade de redução do custo do gás, através da MS Gás, para fornecimento a várias empresas que demandam esse produto em Mato Grosso do Sul. “Ele ficou de fazer esse estudo e disse que até maio deve ter uma nova equação na distribuição de preços para o Brasil no fornecimento de gás”.

Participaram do encontro a prefeita de Três Lagoas, Márcia Moura, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck e os deputados estaduais Ângelo Guerreiro e Eduardo Rocha.

O Caso:

A estatal brasileira Petrobrás contratou o Consórcio UFN3, composto pela empresa chinesa Sinopec e pela Galvão Engenharia, para assumir os trabalhos na Fábrica de Fertilizantes em Três Lagoas.

Para dar inícios as obras, o Consórcio contratou cerca de seis mil funcionários, vindos de diferentes locais do estado e país, que foram alojados na cidade pelo Consórcio, sendo ele responsável pelo pagamento das despesas básicas dos trabalhadores, entre alimentação e moradia.

Ao todo, foram contratadas sete empresas de alojamento e três de alimentação.

Em janeiro de 2013 começaram a surgir os primeiros problemas com uma greve feita por mais de 3.500 funcionários da construção cível, que reivindicavam reajuste do piso salarial semelhante ao feito para os funcionários da montagem.

Durante o ano o Consórcio começou a fazer dividas pela cidade, deixando de pagar vários fornecedores, até quem agosto de 2014 todos os fornecedores, dos alojamentos e alimentação cancelaram o acordo com o Consorcio, uma vez que não conseguiram mais manter as despesas pois estavam a mais de seis meses sem receber.

O calote do UFN3 gerou um efeito dominó na economia da cidade. Fornecedor parou de pagar funcionários, que parou de investir no comercio local, que perdeu poder comercial, deixando a cidade em um prejuízo financeiro imenso.

Uma matéria divulgada na manhã de hoje pelo site local, mostrou que em 2014 foram demitidos mais de 7,5 mil pessoas em Três Lagoas, colocando a cidade como a 2º com mais demissões no país.

Se distribuídos ao longo do ano, esse índice daria uma média de 628,9 demitidos por mês.
 

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